Os seres humanos possuem a capacidade de raciocinar sobre a consciência da finitude da vida. Porém, isso não quer dizer que pensem a respeito da morte ou estejam preparados para enfrentar o luto. Conhecer as 5 fases do luto pode ajudar os familiares e amigos que estão passando pelo processo de perda de alguém querido.
Afinal, o que é o luto?
O luto é o processo que se inicia logo após a perda de um ente querido. Não apenas pela morte é possível passar pelas fases de luto, mas quando terminamos um relacionamento ou perdemos um vínculo de trabalho também sofremos com esta perda – mesmo que em menor escala.
A pessoa enlutada passa por diversas fases do luto e é imprescindível que familiares e amigos próximos mostrem apoio durante todo o processo. Dependendo do vínculo que havia com aquele que se foi, a fase do luto pode durar meses e até anos.
Sentimentos de tristeza e raiva durante o processo podem ser normais, mas atente-se à gravidade que pode afetar a vida de quem está sofrendo. Por isso, conhecer as 5 fases do luto pode ser de grande valia na hora de ajudar alguém.
Quais são, então, as 5 fases do luto?
É importante frisar, antes de elencarmos as 5 fases do luto, que nem sempre a pessoa enlutada passa pelas 5 fases linearmente. Dependendo das competências emocionais de cada um e de suas experiências, cada pessoa pode viver as fases do luto de sua própria maneira.
Além disso, pessoas que perderam alguém repentinamente ou por uma doença, normalmente, vivem o luto de maneira diferente. E até mesmo a própria pessoa que está passando pela doença grave pode viver o luto sobre sua morte.
Primeira fase: negação
A primeira reação ao receber a notícia sobre a morte de um ente querido é negá-la A pessoa enlutada recusa-se a acreditar que isso pode mesmo ter acontecido. Essa fase pode durar de minutos a até mesmo anos.
A negação é uma reação cujo objetivo é tentar proteger a si mesmo de uma verdade inconveniente e da dor que terá que enfrentar a partir de então. Nesta fase, pode-se buscar o isolamento social e o distanciamento de qualquer lembrança do ente querido que se foi.
Segunda fase: raiva
O segundo estágio do luto é marcado por sentimentos como raiva, desespero, medo e angústia. Neste momento, a pessoa em luto não consegue raciocinar sobre seus sentimentos e atitudes e pode ter ataques de raiva e ser agressiva com outras pessoas e até destruindo objetos ou a propriedade alheia.
Ela pode ficar totalmente fora de si, sem conseguir focar na realidade.
Terceira fase: barganha ou negociação
Após a fase anterior não ter surtido efeito prático, é na terceira fase do luto que a pessoa tenta fazer algum tipo de negociação consigo mesma ou com Deus / entidade superior em que acredita.
Pensamentos como “e se eu tivesse feito isso” ou “se eu fizer tal coisa, consigo reverter o cenário” são muito comuns. Por ainda não aceitar o ocorrido, a pessoa enlutada tenta negociar para desfazer o acontecido – mesmo que, no fundo, saiba não ser possível.
Quarta fase: depressão
Após a barganha não ter sucesso, a pessoa em luto entra na fase da depressão. Este estágio pode ser o mais longo de todos, além de ser o que requer maior atenção entre os amigos e familiares que estão ajudando no processo de luto.
Aqui, é acometida uma grande tristeza e sofrimento, além do apego à dor da perda. É possível que essa dor gere ainda mais dor e a pessoa em luto acaba entrando num looping de um sofrimento que não tem fim.
Caso você esteja acompanhando alguém que está neste estágio, não deixe de oferecer ajuda psicológica para que a pessoa em sofrimento consiga superar a tristeza e volte a realizar suas atividades.
Quinta fase: aceitação
A aceitação é o último estágio do luto, mesmo que a experiência não tenha sido linear. Nesta fase, a pessoa enlutada compreende a nova realidade de sua vida, que é a ausência diária daquele que partiu, e os sentimentos de raiva e tristeza já foram externalizados, tendo a pessoa agora paz.
A aceitação não quer dizer esquecimento daquele que partiu. Pelo contrário, as lembranças ainda estarão presentes e sentir saudade é normal. Aceitar significa conseguir conviver com a perda e saber que a morte, términos de relacionamentos ou fim de um ciclo profissional fazem parte da vida.
Por mais que seja difícil, a morte é algo iminente a todos, ela faz parte da vida. Pensarmos em nossa morte e conversarmos sobre isso com familiares e amigos deveria ser mais comum, pois ajudaria a normalizar algo que é tão presente na vida de todos, mas se tornou um tabu.
A única certeza que temos na vida é que iremos morrer e que iremos enfrentar o processo de luto de entes queridos. Caso você esteja com dificuldades de passar pelas fases do luto ou conheça alguém que esteja, procure a ajuda de um profissional de psicologia.
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